Tuesday, October 14, 2014

Fim-de-semana entre Monsaraz e Fátima



Apontamento #5 (12-10-2014)

Após cinco jornadas de trabalho intenso, os dias de sábado e domingo prometiam algum descanso para retemperar forças.

Ainda assim, os nossos amigos do leste europeu preencheram a primeira metade do fim-de-semana com um passeio a Monsaraz, numa visita turística e cultural em que tiveram a companhia e o apoio, sempre solícito, da Anya e do Levelino.

Consta que apreciaram principalmente o património histórico, a paisagem, a gastronomia e o artesanato específicos da região.

No domingo, a maior parte dos elementos da equipa aproveitou para preguiçar (à boa maneira alentejana), passear pela cidade, e escrevinhar algumas notas de viagem.

A Eva, no entanto, fez uma escolha muito diversa. Constituiu dupla com a Isabel, meteram-se no Expresso e foram até Fátima, localidade lusa que, por estes dias, se alcandora a Altar do Mundo, por obra e graça de Nossa Senhora.





Voluntariado e Saúde Mental



Apontamento #4 (10-10-2014)

A passada sexta-feira proporcionou-nos (aos portugueses e húngaros envolvidos no Senior Activator Program,) uma inolvidável experiência em matéria de voluntariado.

Tendo partido de Évora bem cedo, chegámos ao destino – Idanha, concelho de Sintra – por volta das 10h30m, onde nos esperava uma extraordinária equipa de voluntários da Casa de Saúde de Idanha.
Recebidos com abraços, muito carinho e folclore, fomos depois detalhadamente elucidados acerca da história, valores e circunstâncias daquela que é uma das maiores e melhores instituições de saúde mental portuguesas, numa sessão de boas-vindas e apresentação orientada por uma das suas principais responsáveis – uma religiosa da Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus (entidade proprietária e gestora).

Seguidamente, fomos levados a visitar inúmeros espaços daquela infraestrutura, desde os quartos dos utentes internados até às áreas de convívio, passando por diversas salas de atividades, tendo-nos sido pormenorizadamente explicada a natureza das diferentes valências de intervenção e demonstrado o funcionamento dos vários ateliers de ocupação e estímulo (pastelaria, artesanato, leitura, canto, etc.) em que se incorporam livremente os utentes que assim o desejam.
Após percorrermos as instalações, fomos conduzidos para uma sala de formação, onde uma outra religiosa, especificamente responsável pelo enquadramento dos cerca de trinta voluntários que trabalham regularmente na instituição, nos apresentou os principais vetores da atividade que ali é desenvolvida por estes, bem como os procedimentos adotados no seu recrutamento, formação e acompanhamento permanente.

Ao princípio da tarde, e logo depois de uma breve refeição saboreada em comum por todos os presentes (anfitriões e visitantes), houve ainda tempo para uma sessão de partilha de experiências de voluntariado que resultou no enriquecimento de todos e de cada um.
Trocadas algumas pequenas lembranças, chegou o momento das despedidas, tendo ficado prometida a reedição de iniciativas de intercâmbio deste género.

Uma pequena viagem de autocarro pelo interior da capital lusa transferiu-nos para a Alameda D. Afonso Henriques, mais exatamente para a sede do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado, onde nos esperavam a Presidente Dra. Elza Chambel e a Dra. Elisa Borges, já acompanhadas do Eng. Henrique Sim-Sim, da Fundação Eugénio de Almeida.

Aí, teve então lugar uma reunião de trabalho, que incluiu uma detalhada apresentação do enquadramento legal do voluntariado e um debate sobre os diferentes aspetos que caracterizam esta prática em Portugal e na Hungria.

O dia já ia longo e era preciso regressar ao Alentejo.

Por volta das seis horas da tarde, Évora voltou a sorrir-nos (apesar das nuvens que cobriam o céu e ameaçavam tempestade).

O programa segue dentro de momentos…










Voluntariado de Proximidade apresentado aos voluntários húngaros



Apontamento #3 (9-10-2014)

As manhãs de terça, quarta e quinta-feira foram ocupadas na continuação das tarefas que os voluntários húngaros têm vindo a cumprir, rotativamente, no Fórum, no Museu e no BACF. Há notícias de que estas instituições estão muito satisfeitas com os resultados alcançados pelos nossos convidados.

Entretanto, na tarde de terça-feira teve lugar uma sessão de avaliação geral da primeira semana do programa, tendo-se concluído que, resolvidos certos pequenos problemas logísticos relacionados com as condições de alojamento e com o acesso à internet, tudo está a decorrer dentro da normalidade, superando mesmo as expetativas existentes à partida.

Durante a tarde de quarta-feira, teve lugar uma sessão de apresentação do Projeto de Voluntariado de Proximidade da FEA, por parte da Inês Gonçalves (técnica da FEA), com a participação dos seis voluntários húngaros, dos sete membros da equipa portuguesa, e de mais três elementos ligados especificamente a uma ação concreta no âmbito do projeto em análise (uma conselheira, uma voluntária e uma beneficiária), o que permitiu esclarecer diversas questões associadas à implementação prática do mesmo.

Em seguida, realizou-se uma visita ao Lar de Santa Helena, uma instituição vocacionada para o acolhimento, orientação e acompanhamento de mulheres vítimas de violência doméstica, situada no centro histórico de Évora. Aí, a respetiva diretora técnica explicou detalhadamente as circunstâncias em que opera a sua organização e respondeu a todas as dúvidas colocadas pelos visitantes.

Na quinta-feira, depois do almoço, teve lugar a gravação de um conjunto de entrevistas para uma emissão de rádio local, sendo que os voluntários do Senior Activator Program (portugueses e húngaros) foram chamados a pronunciarem-se sobre vários aspetos desta sua experiência: intercâmbio cultural, trabalho voluntário, aprendizagem ao longo da vida, envelhecimento ativo, entre outros.

Ao final da tarde, foi tempo de uma visita guiada aos Cromeleques dos Almendres, a qual de modo algum defraudou as bem fundadas expetativas húngaras, seja pela espetacularidade paisagística, seja pela incomparável monumentalidade, seja ainda pela profunda e silenciosa espiritualidade que ali se pode vivenciar como em nenhum outro lugar.

O dia terminou com um certo sabor a nostalgia. No magnífico Teatro Garcia de Resende, uma voz quente (Francis Seleck) e um piano cúmplice (Paul Timmermans) fizeram reviver grandes canções de sempre sob o lema “De Amor e Desejo” (Edith Piaf, Charles Aznavour, Jacques Brel, e não só).













Delta Cafés recebe voluntários em Campo Maior



Apontamento #2 (6-10-2014)

A semana começou com um verdadeiro “full day program”.

Partindo de Évora por volta das 09:00h em direção à fronteira leste do país, em duas viaturas habilmente conduzidas pelo Hugo e pela Tânia, os seis amigos húngaros e os sete voluntários da casa chegaram a Campo Maior para uma visita a alguns dos espaços mais representativos da obra empresarial e social do Comendador Rui Nabeiro.

Recebidos e guiados por alguns simpáticos funcionários do grupo Delta Cafés, os visitantes começaram por percorrer demoradamente o Centro Educativo Alice Nabeiro, tendo-lhes sido explicado todo o funcionamento daquela unidade nas suas várias valências. A certa altura, houve mesmo a oportunidade de interagir diretamente com um grupo de crianças que ali se encontravam em atividade, o que evidenciou ainda mais as virtualidades do projeto em causa.

Chegada a hora do almoço, foi servida uma magnífica refeição no restaurante de um hotel local, tendo em vista recuperar energias para a segunda metade do périplo.

Já nas instalações da Adega Mayor, foi feita uma pormenorizada apresentação das diversas linhas de ação que caracterizam a política de responsabilidade social do grupo empresarial Nabeiro, a que se seguiu um período de perguntas/respostas que constituiu, certamente, um excelente momento de reflexão/aprendizagem para todos os presentes.

A visita à Adega propriamente dita, projetada por Álvaro Siza Vieira, foi uma espécie de aula prática sobre os mais modernos processos de vinificação. E, como não podia deixar de ser, culminou com uma prova do néctar “Monte Mayor”.

Mas, não se pode falar em Nabeiro e esquecer o café. Com efeito, era inevitável percorrer e “saborear” o recentemente inaugurado Centro de Ciência do Café, um repositório moderno e bastante completo da história dessa bebida que, diz a lenda, terá sido descoberta por acaso quando algumas cabras ficaram mais excitadas do que o seu pastor considerava normal, após terem engolido certas bagas avermelhadas.

A viagem de regresso a Évora, ao fim da tarde, fez-se em amena cavaqueira para alguns e em morna sonolência para os restantes. Falta saber quem comeu mais uvas e menos grãos de café, ou vice-versa.