Thursday, October 23, 2014

Adeus, até sempre...



Apontamento #9

Sábado, véspera da partida. Algum descanso, derradeiras incursões pelos âmagos eborenses, uma ou outra compra de souvenirs para os amigos de lá. Fazer as malas… e deixar correr as horas, num misto de ansiedade e nostalgia.

Mas, à noite, ainda houve pretexto para mais um reencontro com a cidade e com os companheiros lusos - um magnífico recital de piano, integrado nos Concertos de Outono da Fundação Eugénio de Almeida. Obras de Brahms, Debussy e Liszt, excelentemente interpretadas por João Bettencourt da Câmara, constituíram uma espécie de homenagem/reconhecimento aos seis “aventureiros” que em breve nos deixariam.

E amanheceu. Era domingo. Chegou o Hugo com o seu minibus. Havia que partir. Um sol radioso procurava contrariar a tristeza que se ia apoderando dos espíritos. Ainda algumas lembranças e muitos abraços…

Adeus! Goodbye! See you later?! Até sempre!

O percurso até Lisboa seria relativamente rápido. Mas a “fada providencial” ainda tinha uma última surpresa para oferecer aos nossos convidados: um mergulho no nosso “mar salgado”. Foi um momento inenarrável de felicidade, quase infantil, para todos os que o viveram.

E “depois do adeus”… o céu!
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
(Fernando Pessoa)












 

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